Hoje em dia é quase irreal não se ter telemóvel, tornou-se um bem indispensável. Pode-se esquecer de tudo, mas se falta o telemóvel, parece que é o fim do mundo.
O meu pai é das poucas (senão raras) pessoas que não têm telemóvel, até os meus avós que são de uma geração anterior, se redimiram à tecnologia. Não que ele tenha alguma coisa contra e num dia longínquo já teve um telemóvel, alias, foi das primeiras pessoas que eu vi a terem um. Ainda dos velhinhos "tijolos", que quem tivesse a infelicidade de ser atingido por um, de certeza que não ia ficar vivo para contar. Era uma coisa tão moderna, que numas férias de verão passadas no Alentejo a minha irmã julgou te-lo avariado porque não dava sinal, quando afinal o problema era ainda não existir lá rede. Mas com o emprego do meu pai, ele depressa chegou à conclusão que com telemóvel não teria descanso e adoptou por aboli-lo de vez.
Parte de mim gostava de ter esse desapego ao dito aparelho, não que eu seja daquelas telemóvel-dependentes que por ai há, mas não vou negar que sinto-me mais confortável em saber que se o carro avariar tenho como chamar um reboque, como avisar quem esteja à minha espera para dizer que apanhei trânsito e vou chegar um pouco atrasada...
Confesso que ás vezes dá-me vontade de o mandar contra uma parede, não que a culpa seja dele, mas quando se tem algumas pessoas que ligam por tudo e por nada, é a vontade que dá. Mas a verdade é que antes não existia e a civilização conseguiu "sobreviver" a esse facto, mas que dá muito jeito, lá isso dá.